terça-feira, 8 de junho de 2010

Carros estão na mira dos hackers

Recursos tecnológicos deixam carro vulnerável, diz estudo.
Texto: Adriana Bernardino Sharada
Fotos: Koscher et al.

Imagine a cena: você esta guiando seu carro por uma avenida qualquer quando, alheio ao seu comando, o acelerador afunda no assoalho até você ficar colado no banco. Ou, em outra hipótese não menos arriscada, você começa a desenvolver velocidade quando o freio subitamente é acionado. Não, não se trata do demônio que possuía o chassi de Christine, o Carro Assassino, mas de demônios da modernidade: hackers. Depois de invadir computadores e celulares, os carros são as próximas vítimas.
Essa é a conclusão do estudo Experimental Security Analysis of a Modern Automobile (Análise Experimental de Segurança de um Automóvel Moderno, do inglês), apresentado no último mês, durante um simpósio de segurança realizado em Oakland, na Califórnia. Segundo cientistas, a mesma tecnologia que aumentou a eficiência e segurança dos veículos acarretará riscos potenciais nas mãos de pessoas mal-intencionadas.
Veículos modernos, com avançados recursos tecnológicos, já contam com a facilidade de os mecânicos fazerem o check-up e os ajustes necessários em diversas funções – como motor, ignição, freios etc. – por meio de conectores e softwares adequados. Embora cada função tenha seu próprio microcontrolador, todas elas podem ser acessadas conectando-se à rede interna do veículo, já que todos os sistemas estão ligados a uma mesma rede. Esse seria um dos pontos de vulnerabilidade apontado pelo estudo.
Depois de uma série de testes, tanto em laboratório quanto na estrada, os cientistas demonstraram que é possível burlar o sistema de segurança do carro, ainda que não se tenha o software da fabricante. Em um dos testes realizados, os pesquisadores desligaram o motor e desativaram os freios de um veículo a 65 km/h através dos solenóides do ABS.
Para os cientistas, a pesquisa serve de alerta à indústria automobilística, que deve se preocupar não apenas em fazer carros supertecnológicos, mas também em começar a desenvolver antivírus para eles.

Fonte: Inovação Tecnológica