sábado, 25 de setembro de 2010

Homenagem ao físico Giuseppe Occhialini.

Homenagem a um dos fundadores da Física no Brasil. No centenário de seu nascimento, uma mostra itinerante em sua homenagem, passou por Roma, Milão e outras cidades italianas.
Os trabalhos desse cientista acompanharam momentos fundamentais da física do século XX, como a descoberta da anti-matéria de novas partículas, e foram ponto de partida para a exploração do Universo através de raios X e raios gama, e para o programa de exploração espacial europeu.
Trabalhou com dois laureados com o prêmio Nobel, Patrick Maynard Blackett (1897-1974) (premiado em 1948 pelo desenvolvimento da câmara de neblina e pelas contribuições às pesquisas nucleares e da radiação cósmica) e Cecil Frank Powell (1903 -1969) (premiado em 1950 pelo desenvolvimento de emulsões fotográficas e pela descoberta do píon). Occhialinin por duas vezes esteve bem próximo de ganhar o prêmio.


Em 1937 Occhialini veio para o Brasil onde, juntamente com Gleb Wataghin (1899-1986), deu início as primeiras atividades de pesquisa em Física no Brasil formando o primeiro grupo de estudantes na Faculdade de Filosofia e Letras, onde fundou o Departamento de Física (atual IF/USP). Um dos seus primeiros alunos foi Cesar Lattes que o acompanhou à Bristol onde trabalhando no grupo de Powell, descobriram o méson pi.
A dedicação à pesquisa, em especial àquela com raios cósmicos, tem sido homenageada internacionalmente de várias formas. O último reconhecimento da importância de seus trabalhos foi póstumo. Em 1996, as agências espaciais italiana, holandesa e européia batizaram o satélite de exploração do Universo através de raios X com o nome Beppo SAX., pois Occhialinni era chamado Beppo por seus amigos. Durante 6 anos esse satélite recolheu imagens do Universo homenageando o grande cientista.

Occhialini no Brasil

O fascismo e o nazismo obrigam Occhialini a emigrar para o Brasil em 1937.
No Brasil, ajudou a formar os primeiros grupos de físicos brasileiros, tendo entre seus alunos Mário Schemberg (1914-1990) e Cesar Lattes (1924-2005). Este o acompanhou na mudança para Bristol, onde se juntaram ao grupo de Cecil Frank Powell (1903-1969) para descobrir o méson pi, primeira partícula submeleônica descoberta. Iniciava-se assim uma nova área da Física: a Física de Partículas Elementares. Esta descoberta valeu o Prêmio Nobel a Powell, em 1950. Occhialini também foi professor de Riccardo Giacconi, que venceu o Prêmio Nobel em 2002 pela descoberta de fontes cósmicas de raios X.
No Parque Nacional de Itatiaia, no Brasil, um dos picos da cadeia de montanhas Agulhas Negras, foi batizado Pico Occhialini. Das grutas que explorava, Occhialini desenhava mapas e relevos, manifestando não só um interesse esportivo, mas também aquela mistura de gosto pela aventura e de sede de conhecimento que caracteriza de fato o alpinismo, a espeleologia e a pesquisa.