quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

PR150PLM, 150 Anos do Inventor do Rádio

A estação PR150PLM – Papa Romeo 150 Padre Landell de Moura – estará no ar entre 16 e 31 de janeiro deste ano em comemoração ao 150o Aniversário do Brasileiro, Cientista e Inventor "Padre Landell de Moura", nascido em Porto Alegre (RS) a 21 de janeiro de 1861.





A operação será nas bandas de 10, 15, 17, 20, 30, 40 e 80m, nas modalidades SSB, CW e modos digitais. Os comunicados realizados com o indicativo PR 150 PLM (Padre Landell Moura) enaltecerão aos radioamadores de todo o mundo o pioneirismo do cientista brasileiro como inventor do rádio.

Existe um Movimento Landell de Moura (MLM) que é uma iniciativa dos radioamadores Alda Niemeyer (PP5ASN) e Daniel Figueredo (PU6ZAA), do jornalista e escritor Hamilton Almeida e do professor de matemática e especialista em eletrônica industrial Luiz Netto. Não tem fins político partidário, religioso, financeiro ou de promoção pessoal. Visa, EXCLUSIVAMENTE, promover uma campanha nacional e internacional via internet com o intuito de sensibilizar o Governo brasileiro a reparar uma injustiça histórica cometida contra um genial inventor brasileiro.

O padre brasileiro que inventou o rádio

O dia 21 de janeiro de 2011 marcará os 150 anos de nascimento de um dos maiores cientistas brasileiros, ignorado pela história e pela gente de seu país. Seu nome é Roberto Landell de Moura (1861-1928), nascido em Porto Alegre, padre de formação que completou os estudos em Roma, especializando-se em física e química.
Com o conhecimento teórico e a inquietude dos que estão à frente de seu tempo, transmitiu a voz humana à distância, sem fio, pela primeira vez no mundo. Foi também pioneiro ao projetar aparelhos para a transmissão de imagens (TV) e textos (o teletipo). Ele previu que as ondas curtas poderiam aumentar a distância das comunicações e também utilizou-se da luz para enviar mensagens, princípio das fibras ópticas. Tudo está documentado por patentes, manuscritos, noticiário da imprensa no Brasil e no exterior e testemunhos.

As primeiras transmissões de rádio aconteceram no final do século XIX, ligando o alto Santana – o Colégio Santana – à emblemática avenida paulista, que hoje abriga diversas antenas de emissoras de rádio e TV. Ao transmitir a voz, Landell de Moura se diferenciou de Marconi; este inventou o telégrafo sem fios, e não o rádio tal como o conhecemos.

As experiências do padre Landell não sensibilizaram autoridades e nem patrocinadores. Pior: um grupo de fiéis achou que padre “falava com o demônio" e destruiu os seus aparelhos.

Mesmo tendo patenteado o rádio no Brasil em 1901, não obteve reconhecimento. Decidiu, então, viajar para os Estados Unidos, onde conseguiu, em 1904, três cartas-patentes. De volta ao Brasil, quis fazer uma demonstração das suas invenções no Rio de Janeiro, mas, por erro de avaliação, o governo não lhe deu a oportunidade. Depois, seria “forçado” a abandonar as experimentações científicas. Morreu no ostracismo e o Brasil importou tecnologia para entrar na era das radiocomunicações! O Brasil tem agora a oportunidade de reconhecer a obra científica de Landell e incluir os seus feitos no currículo escolar obrigatório do ensino básico.

É por isso que luta o MLM – Movimento Landell de Moura, integrado por voluntários de diferentes áreas, construiu um site (http://www.mlm.landelldemoura.qsl.br/) para angariar assinaturas em prol desse reconhecimento. Vale registrar que o movimento não tem fins político-partidários, religiosos, financeiros ou de promoção pessoal. Paralelamente, os Correios asseguram uma conquista: a emissão de um selo comemorativo dos 150 anos de nascimento de Landell. Também está em curso no Congresso Nacional a inclusão do nome do padre-cientista no Livro dos Heróis da Pátria, por proposição do senador Sérgio Zambiasi. Vamos juntos valorizar a gente de nossa pátria!

ASSIM COMO ALBERTO SANTOS DUMONT É O PAI DA AVIAÇÃO, ROBERTO LANDELL DE MOURA É O PAI DAS TELECOMUNICAÇÕES.

OS DOIS SÃO BRASILEIROS!!!

Você certamente sabe que Santos Dumont é o Pai da Aviação. Mas você sabia que o rádio foi inventado por um padre-cientista brasileiro, Roberto Landell de Moura, antes de Marconi? Além do rádio, Landell de Moura também projetou a televisão, no início do século XX, muitos anos antes da referida invenção ser anunciada ao mundo. Ele patenteou inventos no Brasil e nos Estados Unidos, mas, por uma série de infortúnios, não conseguiu nenhum apoio para o desenvolvimento dos artefatos. Foi incompreendido, taxado de maluco e de ter pacto com o demônio. Não foi reconhecido em sua época e, pior ainda, até hoje é pouco conhecido, embora tudo esteja devidamente documentado. Historicamente, o Brasil entrou na era do rádio com importação de tecnologia.
 Para corrigir um erro histórico e, ao mesmo tempo, valorizar a ciência nacional, o Governo Brasileiro precisa reconhecer oficialmente o pioneirismo do Padre Roberto Landell de Moura no desenvolvimento das telecomunicações (precursor das invenções do rádio, da televisão e do teletipo, além da recomendação do uso das ondas curtas e da utilização em seus aparelhos do princípio do laser e das fibras ópticas).

O Padre Landell

Replica funcional do Transmissor de Ondas,
 construida por Marco Aurelio Cardoso Moura
 em Maio de 2004.
O padre Landell de Moura nasceu no centro da cidade de Porto Alegre (RS), em 1861. Realizou os seus primeiros estudos em Porto Alegre e São Leopoldo, antes de seguir para a Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Em companhia do irmão Guilherme, seguiu para Roma, matriculando-se a 22 de março de 1878 no Colégio Pio Americano e na Universidade Gregoriana, onde estudou física e química. Completou sua formação eclesiástica em Roma, formando-se em Teologia, e foi ordenado sacerdote em 1886.

Quando voltou ao Brasil, substituiu algumas vezes o coadjutor do capelão do Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e manteve longos diálogos científicos com D. Pedro II. Depois disso, serviu em uma série de cidades dos Estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo: Porto Alegre, Uruguaiana, Santos, Campinas, São Paulo.

Em Roma, iniciou os estudos de física e eletricidade. No Brasil, como autodidata continuou seus estudos, e realizou as suas primeiras experiências públicas na cidade de São Paulo, no final do século XIX.

O Exército Brasileiro em homenagem ao insigne cientista gaúcho, concedeu em 2005 a denominação histórica de "Centro de Telemática Landell de Moura" ao 1° Centro de Telemática de Área, organização militar de telecomunicações situada na cidade de Porto Alegre.

Notícia no Jornal do Commercio de 10 de junho de 1900.

Foi pioneiro na transmissão da voz, utilizando equipamentos de rádio de sua construção patenteados no Brasil em 1901, e, posteriormente, nos Estados Unidos em 1904. Landell transmitiu a voz humana por meio de dois veículos; o primeiro, um transmissor de ondas que utilizava um microfone eletromecânico de sua invenção que recolhia as ondas sonoras através de uma câmara de ressonância onde um diafragma metálico abria e fechava o circuito do primário de uma bobina de Ruhmkorff, e induzia no secundário dessa bobina uma alta tensão que era irradiada ou através de uma antena ou de duas esferas centelhadoras. A detecção era feita por dispositivos que foram sendo melhorados ao longo do tempo.
Esquema do Transmissor de Ondas.
O segundo meio utilizado pelo cientista era através do aparelho de telefone sem fio, que utilizava a luz como uma onda portadora da informação de áudio. Neste aparelho, as variações das pressões acústicas da voz do locutor eram transformadas em variações de intensidade de luz, de acordo com a onda de voz, que eram captadas em seu destino por uma superfície parabólica espelhada em cujo foco havia um dispositivo cuja resistência ohmica variava segundo as variações da intensidade de luz. No circuito de detecção havia apenas o dispositivo fotossensível, uma chave, um par de fones de ouvido e uma bateria. Por utilizar a luz como meio de transporte de informação, Landell é considerado um dos precursores das fibras ópticas.

O Padre Landell realizou experiências a partir de 1892 e 1893, em Campinas e em São Paulo. O jornal O Estado de S.Paulo noticiou que, em 1899, ele transmitiu a voz humana a partir do Colégio das Irmãs de São José, hoje Colégio Santana, no alto do bairro de Santana, zona norte da capital paulista. Também efetuou demonstrações públicas de seu invento no dia 3 de junho de 1900 sendo noticiada pelo Jornal do Commercio de 10 de junho de 1900:

"No domingo passado, no alto de Santana, na cidade de São Paulo, o padre Landell de Moura fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua invenção. No intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da propagação do som, da luz e da eletricidade através do espaço, as quais foram coroadas de brilhante êxito. Assistiram a esta prova, entre outras pessoas, Percy Charles Parmenter Lupton, representante do governo britânico, e sua família".

Em 1903, Arthur Dias, em seu livro "Brasil Actual", faz referência a Landell de Moura, descrevendo, entre outras coisas, o seguinte:

"logo que chegou a S. Paulo, em 1893, começou a fazer experiências preliminares, no intuito de conseguir o seu intento de transmitir a voz humana a uma distância de 8, 10 ou 12 km, sem necessidade de fios metálicos.

Esquema do Telefone sem fio.
Após alguns meses de penosos trabalhos, obteve excelentes resultados com um dos aparelhos construídos. O telefone sem fios é reputado a mais importante das descobertas do Padre Landell, e as diversas experiências por ele realizadas na presença do vice-cônsul inglês de S. Paulo, Sr. Percy Charles Parmenter Lupton, e de outras pessoas de elevada posição social, foram tão brilhantes que o Dr. Rodrigues Botet, ao dar notícias desses ensaios, disse não estar longe o momento da sagração do Padre Landell como autor de descobertas maravilhosas".

Incompreensão e descaso do Brasil

O êxito das experiências do Padre Landell não teve a devida acolhida das autoridades brasileiras da época, conforme se verifica em reportagem publicada no jornal La Voz de España, (editado em S. Paulo), no dia 16 de dezembro de 1900, que diz:
"quantas e que amargas decepções experimentou Padre Landell ao ver que o governo e a imprensa de seu país, em lugar de o alentarem com aplauso, incentivando-o a prosseguir na carreira triunfal, fez pouco ou nenhum caso de seus notáveis inventos."

Estava em Campinas quando, numa tarde, ao retornar da visita a um doente, encontrou a porta da casa paroquial arrebentada e seu laboratório e instrumentos completamente destruídos.

Visto por uma população ignorante como "herege", "impostor", "feiticeiro perigoso", "louco", "bruxo" e "padre renegado" por seus experimentos envolvendo transmissões de rádio dois dias antes em São Paulo, pagou com sofrimento, isolamento e indiferença sua posição de absoluto vanguardismo científico.

Em junho de 1900, por carta, Landell de Moura pretendeu doar seus inventos ao governo britânico, como registrou em pesquisa para doutorado na USP, em 1999, o historiador da ciência Francisco Assis de Queiroz.

Em 1905, ao retornar ao Brasil após uma estada de três anos nos Estados Unidos, ainda teve energia para enviar uma carta ao presidente da República, Rodrigues Alves. Solicitava dois navios da esquadra de guerra para demonstrar os seus inventos que revolucionariam a comunicação (chegou a dizer que, no futuro, haveria comunicação interplanetária).

O assistente do presidente, no entanto, preferiu interpretá-lo como um "maluco" e o pedido foi negado. Na Itália, quando fez um pedido semelhante, Marconi teve toda a esquadra à disposição.

Landell não conseguiu financiamento privado ou governamental para continuar as suas pesquisas nem para construir equipamentos de rádio em escala industrial.

Patente estadunidense.


Memorial Descritivo - folha 01 - da Patente Brasileira
 de Landell de Moura,Pat. 3279 de 9 de Março de 1901.

Landell de Moura, em 9 de março de 1901 obteve para seus inventos, a patente brasileira número 3.279 Poucos meses depois seguiu para os Estados Unidos, e em 4 de outubro de 1901 deu entrada no The Patent Office of Washington, DC pedindo privilégio para as suas invenções, tendo obtido, em 11 de outubro de 1904 a patente 771.917 , para um transmissor de ondas; a 22 de novembro de 1904, a patente 775.337 para um telefone sem fio e a 775.846 para um telégrafo sem fio.

Os seus trabalhos foram noticiados em 12 de outubro de 1902, no jornal americano "The New York Herald", em reportagem sobre as experiências desenvolvidas na época, inclusive por cientistas americanos, alemães, ingleses dentre outros, na transmissão de sons sem uso de aparelhos com fio. Ressalta o jornal:
"Por entre os cientistas, o brasileiro Padre Landell de Moura é muito pouco conhecido. Poucos deles tem dado atenção aos seus títulos para ser o pioneiro nesse ramo de investigações elétricas. Mas antes de Brigton e Ruhmer, o Padre Landell, após anos de experimentação, conseguiu obter uma patente brasileira para sua invenção, que ele chamou de Gouradphone".
O jornal publica uma ampla reportagem sobre Landell de Moura, sua vida e obra, completada por uma fotografia do Padre, intitulada

"Padre Landell de Moura - inventor do telefone sem fio" (denominação de época para a radiotelefonia ou a transmissão da voz humana à distância sem fio condutor).

Nas cartas-patentes, fica claro que o padre Roberto Landell de Moura recomendou o emprego das ondas curtas para facilitar as transmissões quando essas ondas não eram sequer cogitadas por outros cientistas.  Além disso, Landell deixou manuscritos que provam que, em 1904, quando ainda estava nos EUA, projetou a transmissão de imagens (Televisão) e textos (Teletipo) à distância sem fios. Ele batizou a primitiva TV de "The Telephotorama ou A visão à distância". Também há documentação de que foi um dos pioneiros no desenvolvimento do controle remoto pelo rádio. Esses projetos não foram adiante porque, como ele próprio disse em uma entrevista à imprensa brasileira, foi "forçado" a abandonar a carreira científica.

Roberto Landell de Moura faleceu de tuberculose, aos 67 anos, no anonimato científico, no Hospital da Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre. Nos últimos momentos de sua vida, quando alguém indagou sobre os progressos da radiodifusão, ele simplesmente respondeu: "São águas passadas."

Demonstração dos inventos em 1984

Em 7 de setembro de 1984, em Porto Alegre, foi feita uma demonstração pública utilizando-se um rádio montado por uma equipe da Cientec com base na patente norte-americana do padre-cientista (The Wave Transmitter). Na oportunidade, algumas palavras foram pronunciadas pelo então Governador do Estado, Jair Soares, provando que a invenção do Padre Landell realmente funcionou.
Bioeletrografia

Em 1904, ele descobriu o método que hoje é conhecido como Bioeletrografia ou Fotografia Kirlian

Documentos originais.

Os originais das anotações do Padre Roberto Landell de Moura estão no Museu Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.

Fontes:
Eduardo Ribeiro e Hamilton Almeida – Jornalistas.
Pe. Ademir da Guia Santos – Assessor Diocesano das Comunicações
site: http://www.repetidoralabreguara.blogspot.com/
Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão LABRE/SP

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O dia, ou melhor, a noite em que meu GPS ficou maluco !

O cientista Amauri Fragoso e o engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisa Aeroespacial (INPA), Acácio Cunha, montaram uma base de pesquisa em Boa Vista.
Roraima está sendo palco de um fenômeno pouco conhecido no mundo. Sobre nossas cabeças, bolhas de plasma formam-se em dimensões absurdas e podem apagar qualquer sinal via satélite, os do GPS, por exemplo.
Para estudar o fenômeno, o cientista brasileiro Amauri Fragoso, doutor em Geofísica Espacial, e o engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisa Aeroespacial (INPA), Acácio Cunha, estãoem Boa Vista.
As bolhas de plasma ocorrem na região Equatorial do planeta. Segundo explicações de Amauri, elas formam-se a partir do gás ionizado à alta temperatura, na Ionosfera, há milhares de quilômetros da terra.
"Essas bolhas cortam sinais de telecomunicações. E isso, possivelmente, pode atrapalhar pilotos e comandantes durante uma navegação. Sem contar que elas causam interferência em emissoras que usam sinais via satélite", explicou.

Período do fenômeno

O fenômeno acontece com mais freqüência entre março e outubro. A formação das bolhas tem tempo estimado de 18 a 24 horas. O mesmo caso já foi registrado no Paquistão e na Índia.
Apesar dos esforços de cientistas de vários países, ainda não se sabe o que provoca o surgimento da bolha e o porquê do fenômeno apenas nesta região do planeta. "Temos que fazer praticamente uma previsão do clima espacial para detectarmos o fenômeno", comentou Amauri.
Caso o brasileiro consiga prever a hora do surgimento da bolha, e o local em qualquer ponto do planeta, a ciência dará um salto inédito sobre o assunto. "Assim, conseguiremos evitar que o fenômeno atinja os satélites", reforça.
A velocidade média das bolhas é de 80 metros/segundo, mas varia de acordo com outras alterações climáticas. 
O engenheiro do INPA aproveitou também para informar que as interferências mais freqüentes na televisão são causadas por anomalias na camada Ionosférica, local onde as bolhas de plasma atingem sua plenitude.
"Tudo que usa GPS (Sistema de Posicionamento Global) pode ser alterado por este fenômeno", garantiu Acácio. Cientistas também querem saber se a bolha se dispersa na Ionosfera ou invade o espaço, fugindo da tecnologia humana.

O fenômeno no Brasil

O Pesquisador do Departamento de Física da UFCG, o professor Dr. Amauri Fragoso de Medeiros, está participando de uma campanha científica denominada COPEX (Conjugate Point Experiment).
A campanha estuda um fenômeno que ocorre na ionosfera terrestre, denominado de "bolhas ionosféricas" (plasma), que consiste na formação de grandes regiões ionosféricas, onde a densidade do plasma (íons e elétrons livres) fica altamente reduzida.
Esse fenômeno, que ocorre apenas na região tropical do globo terrestre, e, portanto, não ocorre sobre os países de "Primeiro Mundo", é particularmente forte sobre a região brasileira.
O foco da campanha científica é aprimorar a capacidade de previsão da ocorrência e do desenvolvimento das bolhas sobre o Brasil, interferindo fortemente nas telecomunicações, de um modo geral, inclusive nas radiocomunicações via satélite, através da degradação do sinal.
O principal sintoma das bolhas é a interrupção das telecomunicações. Dessa forma, o fenômeno tem uma importância em diversas atividades espaciais da vida moderna.
Há registros de sua forte interferência, sobre o território brasileiro, nas redes do sistema de localização GPS, em sistemas de navegação aérea e marítima, nos sistemas de televisão por satélites.
Por outro lado, sob o ponto de vista científico, as bolhas ionosféricas constituem um elemento chave da variabilidade do clima espacial, cuja previsão é essencial para o planejamento das atividades e dos sistemas de aplicações espaciais.
O estudo da variabilidade das bolhas e sua previsão a curto prazo, portanto, se destacam como um dos importantes objetivos da pesquisa espacial, atualmente, pela comunidade científica nacional e internacional.
 
Então, o que é a Bolha Ionosférica ?
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Bolhas ionosféricas ou Bolhas de plasma podem ser definidas como uma baixa densidade de plasma ionosférico que ocorre na região do equador magnético. Elas são fortemente influenciadas pela radiação magnética do equador magnético, e suas variações são dependentes do ciclo solar.ndice

Explicação do Fenômeno

Durante o dia, a atmosfera eletricamente neutra da Terra (composta majoritariamente por oxigênio e nitrogênio) sofre um bombardeio de raios ultravioletas vindos do Sol, os quais através de uma ação fotoelétrica, geram íons e elétrons, a partir da altura de aproximadamente 60 km., criando, dessa forma, a ionosfera terrestre. A ionosfera, portanto, situa-se acima de aproximadamente 60 km de altura. Ela foi descoberta no início do século XX por interferir na radio propagação. Como durante o dia, a ionosfera é mais densa, ou seja, abarca mais elétrons e íons livres devido à presença da radiação solar. Após o pôr-do-sol, a ionosfera começa a desaparecer por recombinação entre elétrons e íons, e, na região tropical (isto é, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio), ela sobe repentinamente de altura com uma velocidade muito grande em cuja condição forma-se a bolha. Dizemos então que bolhas de plasma, ou bolhas ionosféricas são enormes regiões de vazio de plasma e surgem após o pôr-do-sol (elas nunca ocorrem durante o dia) e podem se estender por milhares de quilômetros ao longo das linhas de força do campo magnético terrestre (a Terra é um imenso imã e portanto tem linhas de campo magnético como ocorre com qualquer imã). A ocorrência das bolhas está aproximadamente restrita à região intertropical devido às condições físicas locais que favorecem a geração do fenômeno.

Regiões do Brasil que ocorre o fenômeno das Bolhas Ionosféricas e os Problemas gerados por elas.

As primeiras detecções do fenômeno das bolhas sobre o território brasileiro ocorreram em 1976, por meio de observações ópticas da ionosfera sobre a região de Cachoeira Paulista, cidade do interior do estado de São Paulo, pelos pesquisadores José Humberto Sobral e Mangalathayil Abdu, ambos do INPE. A descoberta do referido fenômeno sobre o território brasileiro aconteceu simultaneamente em outras partes do globo terrestre por pesquisadores estrangeiros.
Na região brasileira elas ocorrem mais fortemente entre outubro e março e a sua freqüência de ocorrência diminui até atingir um mínimo por volta de junho ou julho. A bolha interfere nas telecomunicações via satélite, por difração das ondas (eletromagnéticas) das telecomunicações, causando-lhes forte alteração tanto de amplitude como de polaridade, o que gera os ruídos. Um resultado típico de tal interferência é o aparecimento de pontos escuros e luminosos na tela do receptor, na recepção direta por antena parabólica caseira. Sistemas de telecomunicações de grande porte tais como os utilizados por muitas empresas de telecomunicações podem também eventualmente sofrer fortes interferências, chegando aos blackouts (interrupções totais) nas comunicações.
As bolhas ionosféricas também poderiam, ao se concentrarem em certo ponto, gerar Campos Magnéticos e Campos Elétricos, que variam de baixos a médios, o suficiente para interferir na tramitação de qualquer onda eletromagnética. A variação de intensidade, do campo magnético e elétrico, dependerá de pequenos fatores físicos e climáticos que influem decisivamente na situação. Isso tornaria, dependendo da intensidade dos campos e da freqüência que são transmitidas as ondas eletromagnéticas, muito dificultosas a comunicação via rádio e a localização por radar e GPS. Além de atrapalhar gravemente aparelho que dependem das ondas eletromagnéticas ou de impulsos eletromagnéticos para funcionarem, agirem e tomarem determinadas atitudes pré-estabelecidas para eles realizarem.

Observações:

- É importante ressaltar que esse fenômeno acontece aproximadamente dentro da região tropical, em cujo caso, significa que Europa, Estados Unidos e Japão, por exemplo, não são atingidos pelo fenômeno;
- E o fenômeno não acontece durante o dia devida alta condutividade iônica influenciada pela radiação solar;
- As bolhas passam a interferir mais fortemente durante a fase de máxima atividade solar que ocorre a cada 11 anos.
- Atualmente, a região do Brasil que mais sofre com os problemas das Bolhas Ionosféricas é a região que abrange a Serra do Cachimbo, no Estado de Mato Grosso. Região essa que é considerada de extrema importância para a condução de estudos e pesquisas, desse fenômeno e de outros, nas áreas de Geofísica, Aeronomia e Atmosféricas.


Fig. 1- Imagens obtida através das emissões OI 777,4 nm (a) e OI 630,0 nm (b) em São José dos Campos (Univap) no dia 15/10/2001, mostrando bolhas de plasma sobre o campo de visão dos imageadores all-sky.







Fontes:
http://pib.socioambiental.org/en/noticias?id=6694
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bolha_Ionosf%C3%A9rica
http://www.sefloral.com.br/cien01022731.htm
http://www.cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=snef&cod=_aabordagemdasbolhasdepla&action=print
http://mtc-m16.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/marciana/2005/01.12.10.20/doc/irregularidades%20ionosfericas%20observadas.pdf